quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Extraído do conto 'Agora, o banco imóvel no jardim', de 2009, a publicar em 2010

     «Quase septuagenária, a proprietária despreza o dinheiro do aluguer que lhe pago, tolera-me porque, de vez em quando, pode atravessar a rua e aliviar a solidão da viuvez e do abandono do filho único sempre em viagem. A vida que levo levanta-lhe dúvidas sobre a minha sanidade mental, sobretudo quando me encontra a queimar telas e desenhos no jardim, mas, como conheceu bem a minha mãe e, as mais das vezes, me vê a saudá-la de longe com a grande caneca de porcelana por onde tomo o café de cevada ou a ler à sombra da figueira, em poses de gente normal, lá acalma as suas aflições por um tempo."

1 comentário:

  1. ora viva bom dia

    que bom estar ao lado de quem amas.

    quanta beleza.

    o silencio que chamas..

    nessa linda natureza..

    um abraço.

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"...nem os reis iriam para o céu sem levar com eles os ladrões, nem os ladrões iriam para o inferno sem arrastar com eles os reis.", Padre António Vieira, 1641