segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
As noites são cada vez mais longas. Quem dera agora mesmo alguma claridade, ilusão de amanhecer, ar de dia claro e fresco e frio, os cabelos a sentir o tactear do sol. Cala-te, não estás bem, a esta hora é sempre de noite, há-de amanhecer, há-de amanhecer… e, por favor, não grites, as pessoas estão a dormir. As tuas palavras inquietam-me, fazem-me mal, repara… ali, o gato preto sentado a olhar para ti, é um aviso para nos irmos embora. Cala-te, deixa o gato em paz. Não ouves... um choro, lágrimas de angústia, de frio, de escuridão, vejo escombros e pó: são os ecos do nosso lamento futuro; estou farto deste lugar! Presta atenção: quero que faças de conta que não estás aqui.
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"...nem os reis iriam para o céu sem levar com eles os ladrões, nem os ladrões iriam para o inferno sem arrastar com eles os reis.", Padre António Vieira, 1641
Quanta mais noite, mais silêncio há. Nessas horas é que se ouve bem o eco da alma. Quanto mais eco, mais noite.
ResponderEliminarComovente prosa poética, Eduardo.
Beijos para ti!
ouvi teu eco e vim
ResponderEliminarabraço
Muitos parabéns pelo blog, textos que se lêem uma e outra vez, de um só fôlego primeiro, porque não se consegue abrandar, mais devagar de seguida, para melhor absorver o significado.
ResponderEliminaradorei